Por Malu Lopes | 29 de novembro de 2024

A prática da cama compartilhada, em que os pais dividem a cama com seus bebês, tem se tornado cada vez mais comum para facilitar a amamentação e os cuidados noturnos. Contudo, é imprescindível avaliar os prós e contras dessa prática em relação à saúde e segurança da criança, bem como à privacidade do casal. Especialistas recomendam que a criança permaneça no quarto dos pais pelo menos até os seis meses, mas no seu próprio berço.

Conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em alinhamento com a Academia Americana de Pediatria, há preocupações relacionadas à Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI) associadas à prática da cama compartilhada. Essas entidades destacam que a prevenção não se limita à morte súbita, mas também a outros riscos como sufocamento acidental.

 Pais dividirem a cama com seus bebês tem ficado cada vez mais comum (Foto: Freepik)

Quais são os riscos associados à cama compartilhada?

Existem riscos consideráveis na prática da cama compartilhada. Os principais incluem sufocamento, estrangulamento e quedas, situando-se entre as principais causas de preocupação entre pediatras. Evitar esses riscos requer a minimização e controle dos fatores que podem causá-los. Portanto, muitos médicos aconselham manter o bebê em seu próprio espaço seguro, mesmo que no quarto dos pais.

Por que alguns pais escolhem a cama compartilhada?

Para muitos pais, a cama compartilhada é vista como uma forma de fortalecer os vínculos parentais e criar um ambiente seguro e emocionalmente estável. Essa prática pode facilitar a amamentação noturna e, segundo alguns, proporcionar noites de sono mais tranquilas para a família inteira. No entanto, os expertos enfatizam a importância de cultivar o vínculo parental ao longo de todo o dia, não apenas à noite.

Como praticar a cama compartilhada de forma segura?

  • Utilizar um colchão firme, preferivelmente no chão ou em uma cama grande.
  • Evitar o uso de sofás ou camas d’água.
  • Posicionar a cama no centro do quarto, longe de paredes ou vãos.
  • Manter o ambiente arejado e evitar o excesso de calor.
  • Evitar edredons, cobertores e travesseiros grandes.
  • Colocar o bebê de barriga para cima.
  • Vestir o bebê adequadamente para a temperatura ambiente.

Existem formas de dividir a cama de uma forma segura (Foto: Freepik)

Como ficam a intimidade e a dinâmica do casal?

A presença contínua de crianças na cama do casal pode influenciar na dinâmica conjugal. Embora a função paterna e materna seja fundamental, é igualmente importante preservar o espaço e a privacidade do casal. Isso exige delimitar espaços e momentos específicos para o casal dentro e fora de casa, reforçando a relação amorosa. Estipular momentos sem crianças, como jantares ou passeios, pode ser benéfico ao relacionamento.