Por Victoria Raissa | 5 de setembro de 2023

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve nesta terça-feira, 5 de setembro, a anulação do tribunal do júri, que condenou os quatro acusados pelo incêndio da Boate Kiss entre 18 a 22 anos de prisão, deixando 242 mortos.

Em 2021 os quatro chegaram a ser condenados pelo ocorrido em 2013, porém, a decisão foi anulada em agosto de 2022 pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, por falhas técnicas na realização do júri. Entretanto, em junho deste ano, a decisão voltou a ser analisada.

Hoje, por 4 votos a 1, a condenação dos dois ex-sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, e do vocalista e produtor musical, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha, permanecem anuladas.

Após 10 anos do incêndio na Boate Kiss, famíliares das vítimas seguem na luta por justiça

Há 10 anos atrás o país lidava com o acidente por fogo mais trágico da sua história. Tudo aconteceu em uma boate famosa da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O incêndio ocorreu após durante o show da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista do grupo, Marcelo de Jesus dos Santos, fazer o uso de um sinalizador inapropriado para o ambiente. Foram 242 vítimas e outros 636 feridos que tiveram suas trajetórias marcadas ou finalizadas pelas negligência do local.

Após a morte de inúmeros jovens, os pais seguem até hoje buscando justiça pelos seus filhos que faleceram. Um mês depois do ocorrido, o procurador-geral recebeu a Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), com um abaixo-assinado com mais de 28 mil assinaturas pedindo apoio do Ministério Público. Até hoje as famílias buscam Justiça.

Familiares das vítimas do incêndio da Boate Kiss
Familiares das vítimas do incêndio da Boate Kiss (Foto: Reprodução / G1)

Em 28 de janeiro de 2013, foi decretada a prisão temporária dos sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, e dos integrantes da banda, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Porém, oito meses depois das condenações, o julgamento foi anulado. Os pais das vítimas seguem fazendo homenagens e continuam na luta de fazerem justiça pelas vidas de seus filhos que foram tiradas no dia 27 de janeiro de 2013.