Por Renata Fiedler | 16 de junho de 2025

Um momento que deveria ser de alegria terminou em confusão e indignação em uma escola particular de Vicente Pires, no Distrito Federal. Durante uma apresentação de festa junina, um homem invadiu o palco e empurrou uma criança pequena que participava da dança. O episódio, ocorrido no último domingo (15), foi registrado por pais que filmavam a apresentação dos filhos.

Agressão aconteceu diante de outras crianças

Meninos e meninas entre 3 e 4 anos estavam vestidos com trajes típicos e se apresentando quando, de forma inesperada, o homem apontou o dedo para um dos meninos e, em seguida, o derrubou no chão. Mesmo após a queda, a criança ainda foi xingada pelo agressor, gerando pânico entre os presentes.

Outros adultos intervieram rapidamente para conter a situação. Muitos pais subiram ao palco para proteger os filhos e tirar as crianças do local. A Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada e conduziu os envolvidos à 8ª Delegacia da região

De acordo com a Polícia Civil, o autor da agressão foi detido por pais de alunos até a chegada da PM. Identificado como Douglas Parisio, de 41 anos, ele ainda agrediu uma policial que lhe deu voz de prisão com um tapa no rosto. Após prestar esclarecimentos e assinar um Termo Circunstanciado, foi liberado.

Escola lamenta o ocorrido e rompe vínculo com família

Em nota oficial, o Colégio Liceu, onde ocorreu a festa, repudiou o episódio. A instituição declarou:

“Durante o evento, um responsável agrediu fisicamente uma criança de nossa escola. Um ato de violência que nos choca, nos entristece e, sobretudo, nos revolta.”

A escola informou que a família envolvida não seguirá mais vinculada à instituição. Além disso, medidas de segurança adicionais serão adotadas, como a contratação de vigilância específica para a área da Educação Infantil.

Defesa do agressor afirma que filho sofria bullying

A defesa de Douglas Parisio justificou a atitude do pai como consequência de episódios anteriores. Segundo a advogada, a criança envolvida seria colega do filho de Douglas, que estaria sofrendo bullying desde o início do ano. Ainda segundo a nota, a escola teria sido procurada diversas vezes pela família, mas nenhuma medida efetiva teria sido tomada.

“Diante dessa cena de violência e da total ausência de atuação da escola, o sr. Douglas foi tomado por uma reação emocional extrema. Errou. Ele não nega a falha na forma como reagiu, tampouco deseja se esquivar de suas responsabilidades”, declarou a defesa.

Douglas também pediu desculpas públicas à criança agredida e à família, dizendo-se “profundamente arrependido, triste e envergonhado”.

Um alerta sobre a responsabilidade das instituições

O caso gerou comoção nas redes sociais e levanta novamente a importância da atuação preventiva das escolas em situações de conflito entre alunos. O episódio também escancara os perigos de reações impulsivas por parte de adultos em ambientes escolares, que devem ser sempre espaços de acolhimento e proteção para as crianças.