Por Marilia Navarro | 13 de agosto de 2025

Ben Millin, de 32 anos, foi condenado a três anos de prisão na última segunda-feira (11/8) após ser considerado culpado por enganar mulheres com quem se relacionava romanticamente. O britânico criou histórias comoventes sobre familiares doentes e dificuldades pessoais para se aproveitar emocionalmente das vítimas e convencê-las a transferir dinheiro.

Ao longo de pelo menos quatro anos, ele aplicou golpes em quatro mulheres, acumulando cerca de 40 mil libras, o equivalente a quase R$ 293 mil, usados principalmente para sustentar seu vício em apostas online.

Histórias inventadas para gerar empatia e comover vítimas

Para manipular suas parceiras, Ben usava um repertório dramático: dizia que tinha uma irmã com câncer em estado terminal, um pai com depressão profunda, um irmão que teria tentado o suicídio e uma mãe em coma. Tudo inventado.

Ele também prometia viagens para destinos como Espanha, Costa Rica e Ibiza, promessas que nunca se concretizavam. Em um caso, afirmou que não poderia mais viajar para a Espanha devido a um problema cardíaco e sugeriu Londres como plano alternativo.

Caso veio à tona após descoberta chocante

Uma das vítimas, identificada como Fiona, começou a desconfiar após Ben dizer que tinha uma entrevista de emprego. Na verdade, ele estava comparecendo a uma audiência judicial por fraude contra uma ex-parceira.

Mesmo após deixar a prisão em dezembro de 2022, Ben voltou a enganar uma nova vítima poucos meses depois. Durante sete meses de relacionamento com Charlotte, ele conseguiu roubar 20 mil libras (aproximadamente R$ 146 mil), valor que ela havia herdado após a morte do pai.

Dinheiro usado para apostas online

De acordo com a investigação da polícia, Ben gastava em média 5,5 mil libras por mês (cerca de R$ 37 mil) em sites de apostas apenas na segunda metade de 2023.

A detetive Claire Morgan, responsável pelo caso, declarou:

“Ben Millin se aproveitou da boa-fé das vítimas, criando uma rede de mentiras. Ele as enganou para despertar pena e compaixão.”

Vítimas relatam traumas emocionais duradouros

As consequências dos golpes foram além do prejuízo financeiro. Charlotte relatou ao tribunal que sente que nunca mais será capaz de confiar em alguém: “As coisas que Ben fez nunca me deixarão, e isso me deixa profundamente triste. Não importa quanta terapia eu faça ou quanto tempo passe, nunca mais serei a mesma.”

Fiona, por sua vez, classificou o golpista como um “predador”: “Ele mira mulheres vulneráveis, explorando suas inseguranças e sua empatia para benefício próprio.”