Por Eliezer | 14 de setembro de 2025

Ando vivendo a melhor fase dos meus filhos. De um lado, a Lua na fase das princesas, que me levou a fazer um workshop da Disney para eu não errar qual princesa ela é no dia (detalhe que tem dias em que ela é a Ariel, Bela e Moana rs), porque isso é quase um crime inafiançável aqui em casa. E do outro lado, o Ravi quase andando. A fase das descobertas, só que dessa vez estamos vivendo sem medos, porque nessa mesma fase da Lua a gente se apavorava com cada tombo (aquele ditado popular que diz que o segundo já nasce criado é pura verdade rs).

E com isso eu percebo a minha importância como pai nessas fases: o vínculo emocional, o modelo de afeto, segurança e proteção para um desenvolvimento emocional, cognitivo e social dos meus filhos. E isso me faz refletir: e as crianças que não têm isso? Como isso é construído? É um impacto profundo no desenvolvimento desse ser humano.

Aproveito esse texto para trazer um dado desesperador: mais de 5,5 milhões de crianças no nosso país NÃO têm o nome do pai na certidão de nascimento. São 11 milhões de mães solo. E isso me deixa com outra reflexão: por que falamos tão pouco disso? Na verdade, muitas vezes só as mães solo levantam essa discussão. Existe um silêncio velado por parte do nosso judiciário que, por coincidência (ou não), é majoritariamente composto por homens.

(Foto: Getty Images)

O abandono paterno, físico e/ou emocional, é um problema social silencioso e grave que a gente enfrenta no nosso país. Acho que precisamos ir na raiz do problema para diminuir esse índice no futuro, que é: “como estamos criando e educando nossos filhos meninos?”

Até hoje, no Brasil, a gente ainda não mudou a forma de criar nossos meninos, que é machista e patriarcal. Homens são socializados dessa forma, enquanto as mulheres são criadas de forma afetiva para cuidar do próximo (da casa, do marido, dos filhos, dos pais) e os homens só de si mesmos. Parece que o “cuidado” é um atributo quase feminino que, se ensinado para o menino, vai deixá-lo “menos masculino”.

Por isso eu te pergunto: como você está criando seu filho menino? Como nós, enquanto sociedade, estamos educando nossos meninos?