Por Beatriz Possebon | 9 de julho de 2025

Picadas de inseto em bebês são mais comuns do que se imagina, e podem acontecer em qualquer época do ano. Mosquitos, pernilongos, formigas, pulgas e outros visitantes indesejados parecem ter um radar especial para encontrar a pele delicada deles. Embora a maioria das picadas cause apenas coceira e desconforto, é fundamental saber quando elas exigem mais atenção, especialmente em casos de reações alérgicas, infecções ou doenças transmitidas por insetos.

O mais comum é que as picadas causem vermelhidão, coceira e um leve inchaço. Porém, algumas crianças apresentam reações alérgicas que podem deixar o corpo cheio de novas manchas, até mesmo em locais que o inseto não tocou. Isso tem nome: estrófulo. Apesar do nome estranho, essa resposta exagerada do organismo é bem comum nos primeiros anos de vida.

Outro problema que pode surgir é a infecção da picada, especialmente se o bebê coçar a região com as mãos sujas. O impetigo, infecção bacteriana, costuma causar inchaço, vermelhidão, presença de pus ou uma casquinha parecida com mel ressecado. Nesses casos, é importante procurar orientação médica para uso de antibióticos, que podem ser em forma de pomada ou comprimido.

Dicas para aliviar a coceira e tratar picadas comuns

Picada de inseto em bebê não precisa ser sinônimo de desespero. Algumas medidas simples já ajudam bastante no alívio:

  • Faça compressas frias com gelo ou pano molhado em água gelada.
  • Se houver bolhas, não estoure.
  • Use pomadas indicadas previamente pelo pediatra para aliviar a coceira e evitar infecções.
  • Evite cremes com cânfora em crianças menores de 2 anos.
  • Não aplique medicamentos antialérgicos tópicos sem orientação profissional, principalmente se o bebê for se expor ao sol.
  • Se necessário, use anti-histamínico oral prescrito por um profissional.
  • Mantenha as unhas da criança curtas e, sempre que possível, deixe as picadas cobertas com roupas.

Como agir em caso de picadas de abelhas, vespas ou marimbondos

Esses tipos de picada são mais dolorosos e exigem um cuidado especial. O primeiro passo é verificar se o ferrão ficou preso na pele e retirá-lo com cuidado, usando a unha ou um cartão rígido, como os de banco. Jamais aperte com os dedos ou use pinça, para evitar que mais veneno entre no organismo.

Depois, lave bem o local com água e sabão e trate como uma picada comum. Se houver dor intensa, um analgésico prescrito pode ajudar.

Prevenção: o que fazer para evitar que os insetos ataquem

Evitar que o bebê seja picado pode parecer missão impossível, mas alguns cuidados ajudam bastante:

  • Use roupas claras e com mangas compridas em áreas infestadas.
  • Evite sabonetes e produtos com cheiro adocicado.
  • Consulte o pediatra sobre o uso de repelentes — alguns já podem ser usados a partir dos 3 meses.
  • Inseticidas elétricos e repelentes de tomada podem ser úteis, mas verifique antes a segurança do produto para o bebê.
  • Use telas nas janelas e mosquiteiros no berço.
  • Em caso de animais de estimação, mantenha o controle de pulgas em dia.
Um inseto no ouvido causa incômodo e dor
(Foto: Shutterstock)

Quando a picada vira emergência: sinais de reação alérgica grave

Reações graves, como a anafilaxia, são raras, mas podem acontecer, especialmente após picadas de abelhas, vespas ou até formigas. Os sinais de alerta incluem:

  • Inchaço em lábios, língua ou garganta
  • Dificuldade para respirar
  • Pele fria e úmida
  • Coração acelerado
  • Vômitos ou desmaios

Diante de qualquer um desses sintomas, procure atendimento médico imediatamente. Enquanto isso, mantenha a criança deitada, tente acalmá-la e posicione a área picada abaixo do nível do coração. Em casos confirmados de alergia, o acompanhamento com um alergista é essencial, assim como ter os medicamentos apropriados sempre por perto.

E se a picada for de carrapato?

Carrapatos também merecem atenção, especialmente em regiões com casos de febre maculosa. Nesses casos, inspecione o corpo da criança com frequência, principalmente depois de brincadeiras ao ar livre.

Se encontrar um carrapato:

  • Use luvas ou papel para se proteger.
  • Retire com uma pinça, puxando com cuidado e firmeza.
  • Lave bem o local com água e sabão.
  • Jamais torça ou aperte o carrapato.

Fique atento a sintomas como febre e manchas na pele entre 2 e 14 dias após a picada. Se surgirem, procure atendimento médico imediatamente, pois a febre maculosa precisa de tratamento rápido com antibióticos.

Fique atento também às doenças transmitidas por mosquitos

Em determinadas regiões ou durante viagens, mosquitos podem transmitir doenças como dengue, zika, chikungunya, febre amarela e malária. Nestes casos, a prevenção é o melhor caminho: informe-se sobre vacinas, uso de mosquiteiros e repelentes adequados para a faixa etária da criança.