Por Beatriz Possebon | 13 de julho de 2025

Quando um bebê vomita, o susto pode ser grande. Na maioria dos casos, o episódio passa sem maiores complicações. Ainda assim, entender o que está por trás do vômito é essencial para saber como agir e quando é hora de buscar apoio médico.

Antes de tudo, vale entender uma diferença importante: regurgitação e vômito não são a mesma coisa. A regurgitação é aquele “golfo” que aparece de repente, sem esforço e, muitas vezes, sem causar incômodo algum. O bebê segue bem, tranquilo e como se nada tivesse acontecido.

Já o vômito é um processo mais intenso. Ele geralmente vem depois de náuseas, acompanhado de contrações na barriga e aquela carinha de que algo não está nada bem. O líquido ou alimento volta com força e, em alguns casos, até como um jato.

Principais causas de vômito em bebês

O vômito pode ter várias causas e, em muitos casos, é apenas uma reação natural do corpo. Veja algumas das mais comuns:

  • Alimentação: ingestão exagerada de leite, consumo de alimentos que não caíram bem ou até alguma reação a algo que a mãe comeu (no caso de bebês amamentados).
  • Infecções respiratórias: tosses mais fortes e o acúmulo de secreção podem provocar o reflexo do vômito.
  • Gastroenterite: infecções no estômago ou no intestino costumam vir acompanhadas de febre, diarreia e dor abdominal.
  • Choro prolongado: sim, aquele choro que parece não ter fim também pode terminar em vômito, mas não costuma trazer risco.
  • Enjoo com movimento: alguns bebês sentem enjoo no carro ou em movimento, por uma sensibilidade no ouvido interno.
  • Estenose pilórica: uma condição rara em recém-nascidos, que causa vômitos em jato e precisa de cirurgia.
  • Obstruções ou envenenamento: situações mais sérias, que exigem avaliação médica urgente.

O que fazer para ajudar o bebê

Na maioria das vezes, o vômito passa por conta própria. Mesmo assim, algumas atitudes podem aliviar o desconforto:

  • Mantenha o bebê mais ereto e tranquilo;
  • Garanta que ele esteja bem hidratado: é a chave para evitar complicações;
  • Se o vômito for muito frequente, ofereça pequenas quantidades de líquido com intervalos regulares;
  • Evite bebidas açucaradas ou gasosas;
  • Retome a alimentação aos poucos, após 12 horas sem vômito (em bebês que já comem sólidos).

Se houver necessidade, o médico pode indicar soluções de reidratação vendidas em farmácias. Nunca ofereça medicamentos por conta própria, principalmente remédios para náusea ou que contenham aspirina.

(Foto: Getty Images)

Dá para prevenir?

Impedir completamente o vômito? Infelizmente, não. Mas dá para minimizar os riscos:

  • Evite que o bebê mame ou coma demais de uma vez;
  • Após a alimentação, mantenha-o na posição ereta por pelo menos 30 minutos;
  • Durante viagens, faça pausas e ofereça um lanche leve antes do trajeto.

Quando procurar o médico

Fique de olho em sinais de alerta. Procure um médico se:

  • O bebê tiver menos de 3 meses e febre acima de 38ºC;
  • Apresentar sinais de desidratação, como menos fraldas molhadas, choro sem lágrimas ou boca seca;
  • Vomitar sangue ou bile;
  • Estiver vomitando com muita frequência ou com força;
  • Você notar olhos fundos, moleira afundada ou extremidades frias;
  • A barriga parecer inchada ou dolorida;
  • Houver vômito após uma batida na cabeça.

E em caso de ingestão de substância tóxica, nunca provoque o vômito. Ligue para um centro toxicológico imediatamente. O Hospital das Clínicas da USP, por exemplo, atende 24 horas no 0800-0148110. Grave esse número e mantenha por perto. Afinal, ter informação à mão faz toda a diferença na hora de agir com segurança.