Por Anna Araújo | 24 de outubro de 2025

Apesar de ser uma ótima ferramenta, a inteligência artificial, se usada incorretamente, pode prejudicar a saúde tanto mental quanto física do seu filho.

Segundo um novo levantamento do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), as crianças recorrem à IA não só para aprender, mas também para desabafar e lidar com sentimentos. A pesquisa entrevistou 2.300 crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos em todo o país.

Abaixo, confira mais detalhes sobre a pesquisa.

Cada vez mais crianças conversam com a IA

Segundo os dados, 10% dos entrevistados afirmaram conversar com ferramentas de IA sobre questões pessoais e emocionais.

Esse comportamento cresce conforme a idade. Já entre os adolescentes de 15 a 17 anos, o número sobe para 12%, enquanto entre os mais novos, de 9 a 10 anos, fica em 4%.

Apesar de parecer pequeno, o índice mostra uma tendência que desperta a atenção de especialistas.

Quando o apoio vem de uma máquina

Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, explica que a presença da inteligência artificial está se ampliando nas rotinas digitais das famílias brasileiras.

Para ele, a tecnologia se tornou um espaço onde os jovens e as crianças se sentem à vontade para expressar dúvidas e sentimentos. Barbosa ressalta que compreender esse comportamento é essencial para desenvolver políticas de proteção e bem-estar digital.

IA além do aprendizado

A pesquisa mostra que crianças recorrem à IA principalmente para estudar. Quase 60% utilizam as ferramentas para realizar pesquisas escolares, e 42% para buscar informações sobre temas diversos.

Mas existem também aquelas que a utilizam de forma criativa. Segundo o estudo, 21% das crianças usam a IA para gerar textos, imagens ou outros conteúdos multimídia.

Esse crescimento acompanha a maturidade dos jovens, pois quanto maior a idade, maior o engajamento com a tecnologia.

Celulares dominam o acesso à internet

O celular continua sendo o principal meio de acesso à internet para 96% dos jovens brasileiros.

Quase três quartos deles afirmam usar o aparelho várias vezes ao dia. Porém, o uso dentro das escolas caiu após a aprovação da Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares em sala de aula.

Em 2024, metade dos estudantes navegava na rede durante o período escolar; em 2025, a taxa caiu para 37%.

Redes sociais e vídeos moldam hábitos digitais

Os resultados também mostram que o ambiente digital das crianças e adolescentes está cada vez mais multimídia.

O WhatsApp é o aplicativo mais usado, seguido por YouTube, Instagram e TikTok. A coordenadora da pesquisa, Luísa Adib, afirma que assistir a vídeos é uma das práticas mais recorrentes entre os jovens.

Segundo ela, esse comportamento cresceu na última década e segue em alta, agora com novos formatos de conteúdo.

Exposição à publicidade preocupa especialistas

Mais da metade dos jovens entre 11 e 17 anos relatou contato com anúncios em redes sociais, vídeos e televisão.

Além disso, 45% dos responsáveis afirmaram que seus filhos já viram propagandas inapropriadas para a idade.

Barbosa alerta que a personalização desses anúncios pode influenciar comportamentos de consumo precoces, reforçando a importância de desenvolver a educação midiática desde cedo.

Conexão entre gerações no uso da internet

Outro dado curioso é que pais e filhos estão aprendendo juntos sobre o mundo digital. Quase metade dos responsáveis conversa com as crianças sobre o que fazem online, e muitos jovens ajudam os adultos em atividades virtuais.

Apesar de o tema segurança digital ainda gerar dúvidas, há um esforço mútuo para construir uma relação mais equilibrada com a tecnologia.

Um novo olhar sobre a infância digital

Os números revelam uma geração que cresce conectada, criativa e emocionalmente integrada à tecnologia.

Quando crianças recorrem à IA para entender seus sentimentos, a sociedade precisa olhar além da inovação. É um sinal de como o digital se tornou um espaço de aprendizado, apoio e expressão emocional.

A especialista Renata Mielli, coordenadora do CGI.br, reforça que a pesquisa serve como base para políticas públicas mais eficazes.

Segundo ela, compreender essas novas dinâmicas é essencial para garantir que o uso da internet por crianças e adolescentes seja seguro, saudável e inclusivo.

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