Por Duda Vieira | 25 de maio de 2025

Se tem uma coisa que pega os pais de surpresa na primeira infância, é o momento em que a criança começa a morder – e não tem aviso, é de repente. Essa fase, apesar de desafiadora, é super comum. Bebês e crianças pequenas usam a boca para explorar o mundo, se comunicar e até lidar com emoções difíceis como a frustração. No fundo, a mordida é um pedido de ajuda para entender o que está acontecendo dentro deles.

A boa notícia? Dá para ajudar seu filho a passar por essa etapa sem drama e com muito respeito. Uma das ferramentas que vêm ganhando espaço nessa missão é o mindfulness.

O que é mindfulness e como ajuda na fase das mordidas

Mindfulness nada mais é do que estar presente no momento, sem julgamentos, aceitando as emoções que aparecem. Para as crianças, essa prática pode ser uma forma de aprender a reconhecer o que sentem, como frustração, raiva ou ansiedade, e a responder com mais equilíbrio.

Mayara Pinheiro de Ramos, professora de Educação Infantil do Colégio Marista Pio XII, em Ponta Grossa (PR), explica: “Ajuda a criança a lidar com seus sentimentos de forma mais tranquila e equilibrada, o que diminui comportamentos impulsivos, como morder.”

Cinco dicas para usar o mindfulness e lidar com as mordidas

Confira cinco estratégias que você pode colocar em prática hoje mesmo para ajudar seu filho a controlar o impulso de morder.

1. Respiração com o brinquedo por perto
Quando perceber que a criança está prestes a morder, convide-a para fazer uma pausa com um brinquedo que ela goste. A ideia aqui é simples: focar a atenção na respiração. Diga algo como “vamos respirar fundo juntos?” e conduza algumas respirações lentas. Esse foco quebra o ciclo do impulso e ajuda a acalmar o corpo.

2. Toque que redireciona
Se o impulso de morder aparecer, oriente a criança a tocar os próprios lábios ou a parte de dentro da bochecha com os dedos. Isso ajuda a trazer consciência para o que ela está sentindo e dá um tempo entre a emoção e a ação.

Acolhimento é essencial para ajudar a criança a lidar com emoções difíceis (Foto: Freepik)

3. Nomear o que está sentindo
Ajude seu filho a reconhecer o que está por trás da vontade de morder. Pode ser raiva, frustração, cansaço. Use frases diretas: “Você está com raiva?” ou “Foi difícil esperar?”. Quando a criança consegue entender o que está sentindo, é mais fácil encontrar outra forma de reagir.

4. Oferecer uma opção segura para morder
Se a criança ainda estiver na fase de explorar o mundo com a boca ou estiver com muita tensão, ofereça algo que possa ser mordido com segurança: um mordedor, um pano limpo ou um brinquedo específico para isso. Assim ela consegue aliviar a necessidade sensorial sem machucar ninguém.

5. Atenção ao corpo com a mão no peito
Se a criança estiver nervosa ou muito agitada, peça que coloque a mão no peito e tente sentir a respiração ou os batimentos. Esse momento de pausa ajuda a reconectar com o corpo e diminui as chances de uma reação impulsiva como morder.

Paciência e compreensão são fundamentais

“A mordida faz parte do crescimento, mas é essencial que a criança aprenda a expressar suas necessidades de forma construtiva e sem recorrer à agressão”, destaca Mayara. Ou seja, essa fase exige muita paciência dos adultos e compreensão de que o comportamento faz parte do crescimento.

Com essas práticas, a criança não só supera a fase das mordidas, mas também desenvolve importantes habilidades emocionais e sociais. O resultado é um ambiente familiar mais tranquilo e respeitoso, com menos mordidas e mais conexão.