Por Redação Pais&Filhos | 23 de maio de 2018

Uma infância livre de germes, seguida de infecções tardias, pode aumentar as chances de uma criança desenvolver leucemia linfoblástica aguda, segundo sugere estudo publicado na revista Nature Reviews Cancer.

A pesquisa, coordenada pelo professor Mel Greaves, do Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres, ainda não é conclusiva. Mas, acredita que crianças que cresceram em casas mais limpas e interagiram menos com outras crianças, durante o primeiro ano de vida, estariam mais propensas ao surgimento da leucemia infantil.

“Esta pesquisa é o resultado de décadas de trabalho e, finalmente, fornece uma explicação crível sobre como o principal tipo de leucemia infantil se desenvolve. A pesquisa sugere fortemente que este câncer tem uma clara causa biológica e é desencadeado por uma variedade de infecções em crianças predispostas cujos sistemas imunológicos não foram adequadamente preparados”, disse o professor Greaves, em comunicado, conforme publicado pela rede norte-americana CNN.

Leucemia linfoblástica aguda

A leucemia linfoblástica aguda é uma forma de câncer sanguíneo, mais comum em crianças de até 4 anos, embora adultos e crianças mais velhas também possam ser acometidos pela doença. Este tipo de câncer costuma se desenvolver rápido, durante dias ou semanas, acumulando-se no sangue e se espalhando para outras partes do corpo, como os gânglios linfáticos, fígado e sistema nervoso.

Em 2016, estimava-se que cerca de 53 mil pessoas, em todo o mundo, estivessem com a doença, que tem como principal forma de tratamento a quimioterapia.

Higiene e segurança

Embora a pesquisa do professor Greaves dê um passo importante para identificar as causas da leucemia infantil, pesquisadores enfatizam que os pais não devem ficar alarmados, visto que a genética e o acaso ainda são os fatores mais significativos para o desenvolvimento da doença. “Queremos assegurar aos pais de uma criança que tem ou teve leucemia, que não há nada que sabemos que poderia ter sido feito para prevenir a doença”, lembra Charles Swanton, principal clínico do Cancer Ressearch UK.

Outros estudiosos chamam atenção também para o potencial risco de expor crianças a infecções, enfatizando que higiene e segurança ainda são cruciais para manter a saúde dos pequenos. “É importante lembrar que as próprias infecções podem representar um risco significativo para os bebês, que ainda estão com o sistema imunológico em desenvolvimento”, ressalta Sheena Cruickshank, da Sociedade Britânica de Imunologia.

Por Gladys Magalhães 

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