Por Vitória Souza | 27 de agosto de 2024

Uma pesquisa publicada na revista Natures Communication publicou um estudo dizendo que a alta exposição pré-natal ao bisfenol A, um componente plástico que está presente em garrafas de água e outras embalagens comuns em nosso cotidiano, foi associada ao autismo em meninos.

Existem estudos que revelam grandes problemas relacionados ao bisfenol A (BPA), já que a exposição ao produto químico industrial é conhecido por contaminar bebidas e alimentos que consumimos, causando altos riscos à saúde, principalmente por ele imitar a estrutura e função do estrogênio.

Desta maneira, ele pode interromper processos corporais, como o crescimento, desenvolvimento fetal, níveis de energia, reparo celular e reprodução.

Detalhes do estudo

Nesse estudo, eles analisaram cerca de 1,074 crianças australianas, onde aproximadamente metade do grupo era formado por meninos. Eles constataram que 29 meninos e 14 meninas analisadas tiveram o diagnóstico de autismo entre 7 e 11 anos.

Quebra-cabeça
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) costuma ser diagnosticado durante a infância – (Foto: Getty Images)

 

Além disso, eles também fizeram um exame de urina em 847 mães no final da gravidez para medir a quantidade de BPA no organismo. Após o resultado das amostras, mulheres grávidas de meninos que tiveram o diagnóstico tardio de autismo apresentaram um alto nível de Bifenol A (BPA)

Onde o BPA pode ser encontrado?

O BPA pode ser encontrado em plásticos de policarbonato, a matéria prima para confecção de garrafas de água recicláveis, vasilhas para armazenamento de alimentos e outras embalagens plásticas. Além disso, o Bisfenol também está presente no interior de latas de alimentos e bebidas para evitar a corrosão.

Apesar de todos os riscos do material, era comum que o BPA estivesse em mamadeiras e copos para bebês, o que passou a ser proibido por diversos países devido a preocupação com a saúde.

O que é o transtorno do espectro autista (TEA)?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento geralmente identificado na infância, mas também pode ser diagnosticado na fase adulta, podendo ser caracterizado por um desenvolvimento atípico, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos que possam caracterizar um repertório restrito dos interesses e atividades. Como o próprio nome já diz, ele é um “espectro”, portanto cada indivíduo tem uma vivência única que deve ser respeitada.

Dia Mundial da Conscientização do Autismo: a luta por inclusão e os desafios das famílias

Em 2007, o dia 2 de abril foi instituído pela ONU como Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A ideia é que as pessoas compreendam a importância de se solidarizar pela causa, porque autismo não afeta apenas a criança e sua família, mas toda a sociedade. Afinal, a inclusão vai muito além de dar acesso à educação e saúde: é preciso fazer com que a criança se sinta à vontade e verdadeiramente integrada às atividades de lazer e sociais.

Quando falamos sobre TEA (transtornos do espectro autista), muitas incertezas surgem. O diagnóstico nem sempre é claro e, assim, o tratamento também não é realizado de forma plena. O mais importante para os pais é a informação.  É preciso ter em mente que a família é essencial nesse momento, tanto na busca por tratamentos, quanto no apoio emocional para a criança.