Por Isabela Duarte | 17 de setembro de 2025

Hoje em dia, vivemos em um cenário cada vez mais imprevisível, e diante dessa instabilidade, é natural que os pais queiram proteger seus filhos de qualquer sofrimento ou dificuldade.

Embora essa atitude venha de um lugar de afeto e responsabilidade, o excesso de proteção pode acabar limitando o desenvolvimento da criança.

Segundo matéria publicada pela Pais&Filhos, escrita pela repórter Roberta Patriota, a superproteção pode gerar impactos profundos na formação da autonomia infantil.

Crianças que crescem sob constante vigilância e intervenção dos pais tendem a apresentar dificuldades para lidar com desafios, baixa tolerância à frustração e insegurança diante de situações novas.

Instinto protetivo

O desejo de proteger os filhos vem da responsabilidade e do carinho que os pais sentem. É normal querer evitar que eles passem por dificuldades ou desconfortos. Mas quando esse cuidado vira controle, a criança pode acabar perdendo oportunidades importantes de aprendizado.

Sem espaço para tentar, errar e resolver problemas por conta própria, ela deixa de desenvolver habilidades que vão ser essenciais mais pra frente — como autonomia, confiança e resiliência.

Efeitos do excesso no desenvolvimento emocional

Ao impedir que os filhos enfrentem os obstáculos da vida, os pais limitam a construção da autoestima. Sem espaço para errar e aprender com os próprios tropeços, a criança pode crescer com medo de falhar e dependente da validação externa. A insegurança se torna um obstáculo constante.

Errar faz parte do crescimento da criança

Tomar decisões e lidar com os resultados é parte essencial do amadurecimento. Quando os pais permitem que os filhos vivam essas situações, estão incentivando o senso de responsabilidade e a capacidade de adaptação.

É nas pequenas escolhas do cotidiano que a criança começa a entender o que funciona, o que precisa mudar e como seguir em frente.

Evitar que os filhos cometam erros pode parecer uma forma de cuidado, mas na prática, é um bloqueio ao crescimento. A coragem para enfrentar desafios começa cedo — e é construída quando a criança percebe que pode tentar, aprender e continuar, mesmo quando algo não sai como esperado.

Confiar também é educar

Criar filhos preparados para o mundo não significa evitar todos os riscos, mas sim ensinar a enfrentá-los com equilíbrio. A confiança dos pais na capacidade dos filhos é um passo importante para que eles se sintam seguros para explorar, errar e crescer.

Ao abrir espaço para que a criança desenvolva sua própria autonomia, os pais não estão se ausentando — estão se fortalecendo. Educar é também saber quando recuar, para que o filho possa avançar.