Por Beatriz Possebon | 21 de fevereiro de 2025

A chegada de um bebê é um momento de grande alegria, mas também pode ser um período desafiador. Enquanto a depressão pós-parto (DPP) é mais discutida entre as mães, muitos não sabem que os pais também podem enfrentar esse problema. Um estudo publicado no Journal of Affective Disorders revelou que aproximadamente 1 em cada 10 pais apresenta sintomas de depressão no período pós-natal.

Se você é pai e sente que algo não está certo emocionalmente após o nascimento do seu filho, saiba que não está sozinho. Compreender as causas e buscar apoio são passos fundamentais para o bem-estar da família toda.

Um em cada 10 pais apresenta sintomas de depressão pós-parto (Foto: Getty Images)

O que causa a depressão pós-parto em pais?

Existem vários fatores que podem contribuir para a DPP em pais. Algumas das principais causas incluem:

  • Histórico de problemas emocionais: Homens que já tiveram ansiedade ou depressão antes são mais propensos a desenvolver a condição após o nascimento do bebê.
  • Mudanças hormonais: Acredita-se que níveis reduzidos de testosterona possam influenciar o humor e aumentar o risco de depressão.
  • Estresse e pressão: A responsabilidade de cuidar de um bebê pode ser esmagadora, especialmente quando o pai sente que precisa ser forte e não pode demonstrar fragilidade.
  • Problemas no relacionamento: Conflitos conjugais, falta de apoio emocional ou dificuldades de comunicação podem agravar os sintomas.
  • Privação de sono: O cansaço extremo nos primeiros meses de vida do bebê impacta diretamente a saúde mental.
  • Dificuldade de conexão com o bebê: Alguns pais sentem dificuldade em criar vínculo com o recém-nascido, o que pode gerar sentimentos de culpa e tristeza.

Como identificar os sinais da depressão pós-parto masculina?

Os sintomas da DPP nos pais podem ser diferentes dos apresentados pelas mães. Alguns sinais comuns incluem:

  • Tristeza persistente ou sensação de vazio
  • Irritabilidade e explosões de raiva
  • Falta de energia e cansaço extremo
  • Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas
  • Isolamento social e afastamento de amigos e familiares
  • Dificuldade em se conectar com o bebê ou parceiro(a)
  • Problemas de sono e alterações no apetite
  • Sentimentos de culpa ou inutilidade
  • Pensamentos negativos frequentes

Se você percebeu que está passando por alguns desses sintomas, é importante buscar apoio. A DPP é uma condição real e tratável.

O que fazer se você está enfrentando a depressão pós-parto?

Se você suspeita que pode estar com DPP, saiba que existem maneiras de superar essa fase. Algumas estratégias incluem:

  • Falar sobre seus sentimentos: Conversar com sua parceira(o), amigos ou familiares pode ajudar a aliviar o peso emocional.
  • Buscar ajuda profissional: Psicólogos e psiquiatras especializados podem oferecer suporte e ferramentas para lidar com os sintomas.
  • Cuidar da saúde física: Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos e dormir bem (dentro do possível) fazem diferença na saúde mental.
  • Criar laços com o bebê: Mesmo que pareça difícil, passar tempo com seu filho pode ajudar a fortalecer o vínculo e aliviar sentimentos de distanciamento.
  • Evitar o isolamento: Conectar-se com outros pais ou grupos de apoio pode fazer com que você se sinta compreendido e menos sozinho.

O caminho da paternidade não precisa ser solitário. Compartilhar e pedir apoio não é fraqueza (Foto: Freepik)

A paternidade não precisa ser solitária

A depressão pós-parto em pais ainda é um tema pouco falado, mas é uma realidade para muitos homens. Se você está passando por isso, lembre-se de que pedir ajuda é um sinal de coragem, não de fraqueza. A paternidade é um grande desafio, mas também pode ser uma jornada incrível quando compartilhamos nossas experiências e buscamos apoio.

Cuidar da sua saúde mental também é uma forma de cuidar do seu filho. Afinal, um pai emocionalmente equilibrado consegue viver momentos mais felizes e significativos com sua família.