Por Malu Lopes | 5 de agosto de 2024

Simone Biles esclareceu o motivo pelo qual ela e Jordan Chiles se curvaram em reverência a Rebeca Andrade, enquanto a brasileira celebrava, no topo do pódio, sua medalha de ouro no solo da ginástica artística, nesta segunda-feira, 5 de julho, na Arena Bercy. A cena resultou em uma fotografia, considerada até o momento a mais emblemática das Olimpíadas de Paris.

O pódio composto exclusivamente por atletas negras e a  conquista marcante de Rebeca Andrade motivaram o gesto das ginastas americanas. Biles conquistou a prata e Chiles o bronze. Ambas se abaixaram para destacar a ginasta brasileira, que ergueu os braços aos céus. Em seguida, as três deram as mãos, criando uma imagem registrada por centenas de fotógrafos e que tem circulado pelo mundo.

“Primeiro que foi um pódio todo com mulheres pretas, então foi superemocionante para nós”, afirmou Biles. “Então Jordan estava tipo: ‘deveríamos nos curvar a ela?’ Então nós pensamos: ‘vamos fazer isso agora?’ E foi por isso que fizemos”, diz Simone quando questionada do motivo do momento da foto. 

Biles elogia a medalista do solo e explica a importância do pódio.  “Ela é incrível. É uma emoção assisti-la, com uma multidão de fãs sempre torcendo por ela. Devemos reconhecer o trabalho dela. Ficamos muito felizes por esse pódio ter sido formado por mulheres pretas. Foi simplesmente a coisa certa a se fazer”, declarou Chiles.

 “Amo Rebeca. Ela é incrível. É uma pessoa maravilhosa e uma ginasta ainda melhor. Ela me ajuda a manter o foco e melhora meu desempenho nas competições. É uma pessoa extremamente talentosa, e acredito que ainda terá uma carreira longa”, destacou Biles, que aconselhou Rebeca a descansar após a intensa jornada na capital francesa.

Rebeca Andrade
Rebeca ganhou ouro no solo nas Olímpiadas de Paris 2024 (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Rebeca Andrade também aproveitou parte da entrevista para retribuir os elogios às americanas. Além disso, expressou orgulho pelo pódio 100% negro, algo que já havia ocorrido no ano passado durante o Mundial da Antuérpia. “Ou as pessoas aplaudem ou engolem”, enfatizou a maior medalhista brasileira da história.

“Poder repetir isso (pódio com atletas negras) numa Olimpíada, com milhões de pessoas nos assistindo, é mostrar a potência que somos. Mostramos a importância dos negros e que, apesar das dificuldades, podemos sim fazer acontecer”, acrescentou a ginasta brasileira.