Por Marilia Navarro | 16 de junho de 2025

Virginia Fonseca, influenciadora digital e apresentadora de 26 anos, abriu o coração em entrevista no canal Em Pé com Fernanda Gentil ao falar sobre sua experiência familiar com o pai, Mário Serrão, falecido em 2021. A influenciadora revelou que teve uma convivência difícil com ele durante a maior parte da vida.

“Minha relação com meu pai era muito ruim”, afirmou Virginia, ao relembrar a dinâmica familiar. Segundo ela, o jeito rígido e a postura autoritária de Mário foram grandes obstáculos para o vínculo afetivo entre os dois. A relação só começou a melhorar nos últimos anos antes de sua morte, o que ela atribui a uma mudança de perspectiva pessoal.

Virginia revelou que o pai não era carinhoso (Foto: Reprodução/Instagram @virginia)

A figura paterna ausente emocionalmente

Mário, que enfrentou momentos difíceis por ter participado de uma guerra, trazia consigo marcas emocionais que, de acordo com a filha, refletiam diretamente em sua forma de se relacionar. Ele era, segundo Virginia, uma pessoa pouco afetuosa, fechada emocionalmente e com atitudes consideradas duras.

“ Ele era muito grosso, mente fechada e muito bravo. Ele participou da guerra e tinha alguns traumas, e não era de dar carinho. Isso me deixava muito brava com ele. Eu não conseguia aceitar essa relação dele comigo”, contou a influenciadora. Ela ainda revelou que chegou a dizer à mãe “Eu odeio meu pai”, por não conseguir lidar com a frieza com que era tratada. Apesar disso, Mário sempre foi presente materialmente e atendia aos pedidos da filha.

O contraste com a mãe e a virada de chave

Enquanto a relação com o pai era distante, Virginia sempre teve uma convivência mais afetuosa com a mãe, Margareth Serrão. Ela contou que a mãe tinha forte influência dentro de casa, e era quem tomava as decisões. “Minha mãe mandava em tudo, e meu pai aceitava”, explicou.

Foi após sair de casa e iniciar a vida independente que Virginia passou a ver o pai com outros olhos. Essa mudança foi fundamental para que ela começasse a construir uma nova forma de se relacionar com ele. “Comecei a ir atrás, a abraçar, a demonstrar carinho. Ele achava estranho, mas eu fazia mesmo assim”, relatou.

Entendimento com o tempo

Com o amadurecimento, Virginia passou a entender que o pai apenas replicava comportamentos que também sofreu. Ela percebeu que a falta de afeto vinha de uma ausência de referências emocionais. “Ele não sabia dar amor porque também não recebeu”, refletiu.

A influenciadora revelou que essa conscientização foi essencial para que ela quebrasse o ciclo e desenvolvesse uma relação afetuosa com suas filhas. “Minha mãe é muito amorosa, e por isso tento ser ainda mais com minhas meninas”, afirmou.

Ela tem uma boa relação com a mãe (Foto: Reprodução/Instagram @virginia)

Gratidão pelo recomeço

Apesar das dificuldades, Virginia valorizou os últimos anos ao lado do pai. Ela contou que, aos 19 anos, finalmente começou a se aproximar dele de forma mais leve. Foram três anos de reconstrução emocional que marcaram profundamente sua vida.

“Sou grata a Deus por ter tido tempo de viver isso com ele”, disse emocionada. Embora a relação tenha começado marcada por mágoas, o tempo permitiu que ambos se reconectassem. Para Virginia, esse processo foi um importante aprendizado sobre empatia, perdão e ressignificação.