Por Beto Bigatti | 15 de fevereiro de 2024

Minha principal meta para este ano paterno é ser mais leve. Porque a gente vai virando adulto e começa a acreditar que ser gente grande é apenas ter compromissos, se levar a sério e pagar boleto. E vai pesando.

Ao chegarem os filhos, a gente tem uma volta à leveza. Rolamos no chão e fazemos “vim aki cumupapaiseufofulindu”. Mas depois eles vão andando por conta própria, fazem muitos amiguinhos e a nossa versão divertida vai saindo de cena. Chegam as cobranças, os tantos nãos (vários deles necessários), e quando percebemos, nossa versão dura e carrancuda toma conta.

Você faz o seu ano (Foto: Getty Images)

 

E tá tudo errado. Porque eles não querem que a gente perca a leveza. Podem até revirar os olhinhos, mas a verdade verdadeira é que filho quer que a gente role no chão e dê muita gargalhada para sempre!

Por isso, minha meta para 2024 é gargalhar mais. Ralhar menos. Abrir os olhos novamente para todos os talentos dos meus filhos, especialmente os incomuns. Ser bom em matemática é de fato uma dádiva. Mas você já reparou na qualidade das caretas que seu caçula faz?

Nossa, meu filho escreveu com 3 anos. Uau. Mas ele consegue imitar o cachorro de vocês com perfeição? E você? “Sou CEO e tenho um carrão”. Lindo mesmo. Parabéns. Mas quando foi a última vez que vocês sentaram para conversar sobre memes da internet e você pode contar para seu filho algumas piadas da sua adolescência?

Não, não. Longe de mim achar que trabalho e educação são coisas menores. Mas não serei jamais uma daquelas pessoas que vê a vida passar e, no leito de morte, declara que se pudesse voltar atrás, passaria mais tempo com quem ama.

Por isso, pegar leve é minha escolha para viver o presente enquanto educo meus filhos. Lembre-se: metas devem ser claras e precisam ser mensuráveis; portanto, minhas métricas serão as seguintes:

  1. Noites em que fui dormir com um sorriso no rosto.
  2. Quantidade de câimbras que tive na barriga após gargalhar com meus filhos.
  3. Números de caminhadas offline que fiz em família.
  4. Total de abraços bem apertados que dei (e recebi) dos meus filhos.
  5. Aprendizados que tive ao escutar meus guris.
  6. Números de “eu te amo” ditos ou subentendidos por meio de olhar ou abraço.

Busque somar números imensos. Melhor planejamento estratégico do que este não há. Confie em mim.