Por Duda Vieira | 4 de maio de 2025

Dentro da barriga, o bebê está em plena maratona de desenvolvimento. Cérebro, pulmões, fígado… tudo precisa estar no desenvolvido antes do nascimento. É por isso que o tempo de gestação é levado tão a sério por médicos — e, claro, por mães e pais que mal conseguem esperar por esse momento. Nesse contexto, surgem os termos gravidez a termo, pré-termo e pós-termo. Se essas expressões parecem um pouco técnicas demais, calma: a gente te explica.

O que define a idade gestacional do bebê?

A idade gestacional é calculada a partir do primeiro dia da última menstruação, o que significa que, mesmo antes de a fecundação acontecer de fato, a contagem já começa. Assim, uma gravidez considerada “normal” costuma durar em média 40 semanas, ou 280 dias. Mas nem todo nascimento acontece exatamente nessa data, e é aí que entram os termos a termo, pré-termo e pós-termo.

Entenda os termos: quando o bebê nasce “no tempo certo”?

Hoje em dia, a ciência já bateu o martelo: a fase ideal para o nascimento do bebê é entre 39 semanas e 0 dias até 40 semanas e 6 dias — é o que se chama de gestação a termo pleno. Isso porque, nesse período, os órgãos do bebê estão bem desenvolvidos e os riscos de complicações ao nascer são menores.

Mas a gravidez pode ser dividida em outras faixas de tempo:

  • A termo precoce: de 37 semanas e 0 dias até 38 semanas e 6 dias
  • A termo pleno: de 39 semanas e 0 dias até 40 semanas e 6 dias
  • A termo tardio: de 41 semanas e 0 dias até 41 semanas e 6 dias
  • Pós-termo: a partir de 42 semanas

O que é considerado parto prematuro?

Um bebê é considerado prematuro quando nasce antes das 37 semanas completas. Mas mesmo dentro da prematuridade, existem classificações importantes:

  • Prematuro limítrofe: entre 36 e 37 semanas
  • Prematuro moderado: entre 31 e 36 semanas
  • Prematuro extremo: entre 24 e 30 semanas

Cada uma dessas categorias está associada a riscos específicos. No entanto, é bom lembrar: nascer antes do tempo não significa, automaticamente, que o bebê terá problemas. O acompanhamento médico é o que vai garantir os melhores cuidados possíveis.

Nem todo bebê prematuro enfrenta problemas. Com o acompanhamento adequado, muitos se desenvolvem perfeitamente (Foto: Freepik)

Por que 39 semanas é considerado o ideal?

Pode parecer que duas semanas a mais ou a menos não façam tanta diferença, mas no universo da gestação, elas são preciosas. O cérebro, os pulmões e o fígado do bebê precisam dessas semanas extras para amadurecer. Além disso, os bebês que nascem entre 39 e 40 semanas costumam ter menos dificuldades para mamar, engolir, respirar e manter a temperatura corporal nos primeiros dias de vida.

Outro ponto importante: a data estimada de parto pode ter até duas semanas de erro, mesmo com exames de imagem. Ou seja, agendar uma cesariana “com 39 semanas”, quando na verdade a gestação está com 37, pode representar um risco desnecessário.

E se o parto acontecer antes das 39 semanas?

Nem sempre dá para controlar tudo. Existem casos em que o parto antes das 39 semanas é inevitável: rompimento da bolsa, trabalho de parto espontâneo, pressão alta severa, entre outros. Nessas situações, o médico vai avaliar cuidadosamente o que representa o menor risco: continuar com a gestação ou antecipar o nascimento.

Se o parto acontecer entre 37 e 39 semanas, geralmente não há necessidade de adiar o processo, já que a maioria dos bebês se desenvolve bem nesse intervalo. Mas, se for possível esperar até a 39ª semana sem comprometer a saúde da mãe ou do bebê, essa costuma ser a escolha mais segura.

Riscos da gravidez pós-termo

Se por um lado o ideal é esperar o máximo que o corpo permitir, por outro, estender demais a gravidez também pode trazer riscos. Após a 41ª semana, os médicos passam a acompanhar a gestação com mais frequência, realizando exames como cardiotocografia e perfil biofísico fetal. Isso porque a placenta começa a perder eficiência com o tempo e pode deixar de fornecer oxigênio e nutrientes na medida certa.

A partir das 42 semanas, os riscos aumentam ainda mais. Entre os principais estão a redução do líquido amniótico e o comprometimento do cordão umbilical, o que pode afetar a oxigenação do bebê. Nesses casos, a indução do parto ou a cesariana pode ser indicada para proteger a saúde dos dois.

Cada semana conta

Pode parecer que a ansiedade pelo nascimento está no seu auge, mas quando o assunto é o desenvolvimento do bebê, cada semana dentro do útero vale ouro. Por isso, entender os termos gravidez a termo, pré-termo e pós-termo ajuda a tomar decisões mais conscientes, com a orientação da equipe médica.

Afinal, quando se trata do bem-estar do bebê, não é exagero dizer que o tempo certo faz toda a diferença.