Por Marilia Navarro | 16 de abril de 2025

Imagine viver um dos momentos mais felizes da vida, como a chegada de um filho e, quase ao mesmo tempo, enfrentar uma perda devastadora. Foi exatamente o que aconteceu com Leah Buesnel, que contou sobre o seu caso ao jornal britânico The Sun. Com um bebê nos braços e o coração em pedaços, ela se despediu do pai, Gary, que morreu apenas dez semanas após ser diagnosticado com câncer de pâncreas.

Essa é daquelas histórias que a gente não quer viver, mas que precisa ouvir. Porque pode fazer toda a diferença entre um diagnóstico precoce e um fim precoce.

Quando os sintomas parecem inofensivos

Gary, pai da Leah, passou mais de um ano lidando com dores abdominais, perda de apetite e desconfortos persistentes. Nada muito grave à primeira vista, certo? Pois é exatamente aí que mora o perigo. Em várias consultas médicas, os sintomas foram tratados como algo simples “Diziam que era uma hérnia ou algo nos rins. Nada sério”. Ninguém levantou a hipótese de algo mais agressivo ou indicou exames para investigar.

Mas Leah sentiu que havia algo errado. E quando, em março de 2020, a dor se tornou insuportável, Gary finalmente foi levado ao pronto-socorro. Lá, veio a notícia que ninguém gostaria de receber: o diagnóstico final era de um tumor no fígado, que era secundário de um câncer no pâncreas já em estágio 4.

Felizmente, Gary conheceu o neto a tempo (Foto: Reprodução/Daily Mail)

O câncer de pâncreas é silencioso, mas mortal

De acordo com o Pancreatic Cancer UK, cerca de 80% dos casos são diagnosticados em estágio avançado. Isso acontece porque os sintomas iniciais são facilmente confundidos com outras doenças mais comuns e menos graves. Náusea, indigestão, dores no estômago, perda de apetite… Tudo isso pode parecer apenas um mal-estar passageiro, mas também pode ser o corpo tentando gritar por ajuda.

Infelizmente, o diagnóstico tardio significa que mais da metade dos pacientes não sobrevive por mais de três meses. Foi o que aconteceu com Gary. Mesmo com a tentativa de buscar uma segunda opinião com um especialista particular, a resposta foi dura: ele teria entre oito e doze semanas de vida.

Um último adeus e uma missão de vida

Leah acompanhou cada etapa da despedida do pai. Esteve ao lado dele na única sessão de quimioterapia, na cirurgia paliativa e nos dias finais no hospital. Ela lembra com carinho e dor do momento em que ele ainda conseguiu saborear uma barra de chocolate, um gesto simples que lhe deu esperança e o confortou, ainda que por pouco tempo.

Em 15 de maio de 2020, um mês antes de completar 60 anos, Gary partiu. Mas a história dele não acabou ali. Leah transformou sua dor em alerta. Hoje, quase cinco anos depois, ela compartilha sua experiência com um único objetivo: salvar outras vidas.

Insista, questione, peça ajuda. Porque sua voz pode salvar alguém

A principal mensagem de Leah é direta, forte e cheia de amor e a mulher faz um apelo: “Se você sentir que algo está errado, insista. Peça exames. Peça uma segunda opinião. Grite mais alto. Porque é a única forma de ser ouvido.”

Essa é uma chamada importante para todos nós. O corpo dá sinais e o diagníostico precoce pode te salvar. Cabe a nós prestar atenção, insistir mesmo quando parecer exagero e confiar nos nossos instintos. Especialmente quando se trata de quem a gente ama.

Prevenir nunca será exagero. E compartilhar histórias como a de Leah pode ser o empurrãozinho que alguém precisa para procurar ajuda no momento certo.