Por Marilia Navarro | 6 de agosto de 2025

Um caso emocionante de coragem e presença de espírito chamou atenção em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Uma mulher, vítima de violência doméstica, conseguiu alertar a Polícia Militar sobre sua situação ao usar um código inusitado: ela pediu “dipirona” durante a ligação para o 190. O pedido, aparentemente comum, na verdade foi um chamado urgente por socorro.

Pedido por medicamento esconde pedido de socorro

Durante a ligação, a vítima fez o pedido disfarçado com a frase: “Preciso de dipirona”. O atendente da PM entendeu imediatamente que havia algo errado. A partir daí, iniciou uma conversa cuidadosa, com perguntas codificadas, para proteger a mulher e obter informações essenciais.

“A senhora confirma aí, se for positivo a informação, a senhora fala dipirona novamente. É seu marido?”, perguntou o policial.
“Sim, é a dipirona, sim”, respondeu ela.
O agente então seguiu com: “Agora fala a intensidade da agressividade aí, a senhora miligramas, 10 miligramas, 20 miligramas ou 30 miligramas. Qual é a intensidade da agressividade dele?”
E a vítima, sem hesitar, respondeu: “30”.

Polícia age rapidamente e prende o agressor

Com a confirmação do risco e a gravidade da situação, equipes da PM foram imediatamente ao local indicado. Felizmente, a mulher foi encontrada consciente e sem ferimentos graves. O agressor, identificado como seu companheiro, foi detido e levado sob custódia.

A ação rápida e eficiente da polícia foi fundamental para garantir a segurança da vítima. O caso, que veio à tona no dia 5 de agosto, ganhou repercussão por mostrar a importância do preparo dos agentes para lidar com situações sensíveis como essa.

Pedido da dipirona para a PMMS(Foto: Reprodução/G1)

Gratidão em forma de ligação

Alguns dias após o resgate, a mulher fez questão de ligar novamente para a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Dessa vez, no entanto, o motivo era bem diferente: ela queria agradecer.

“Dias depois, aquela voz retornou. Não para pedir ajuda, mas para agradecer. O socorro chegou a tempo. Sempre que conseguimos impedir e trazer um alívio para as vítimas e a família, é extremamente gratificante”, relatou um policial envolvido no atendimento.